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Naqueles momentos em que o teu único desejo é desaparecer, abandonar a tua existência e partir, porque tudo ao teu redor te parece imperfeito, incompreensível, sem nexo, sem sentido!
Esses momentos de raiva, que nos encontramos possessas com a nossa vida, que nos lamentamos de tudo o que acontece ou aconteceu. Em que apenas apetece sumir e gritar ao mundo toda a tua raiva, tudo o que te consome, como o fogo consome a madeira, aquele aperto que te aperta cá dentro, o coração e toda aquela confusão de emoções que acabas por viver...

É sobre um episódio desses que hoje venho desabafar, sem que o mundo acabe...

Chega!
Todos aqueles momentos em que apenas necessito de um amor, de alguém que partilhe o mesmo sentimento por mim, que me ame. Necessito de ter todo aquele caloroso abraço vindo dos amigos, quando preciso da companhia deles e poder ter a liberdade de partilhar naturalmente todos os meus lamentos e alegrias, quando preciso de chegar em casa e quebrar a rotina, quando preciso levar uma chapada bem dada por culpa das minhas atitudes menos correctas, dos meus erros e defeitos...  Quando busco que esse sufoco fuja para bem longe...
Quando a imagem com que me deparo num espelho, é a tudo o que me atormenta, é o reflexo da realidade que sigo em continuar a ignorar porque cá dentro, eu me sinto diferente e bem comigo mesma... Mas quando as verdades se ouvem, os comentários não maldosos, mas de preocupação permanecem cá dentro provoca uma autêntica revolta. Porque assim sou? E porque não faço nada para melhorar aquilo que vejo, para não sentir a vontade irreverente de desaparecer cada vez que me depare com a realidade, porquê?
E começam os lamentos seguidos de questões e porquês...

Devo amar-me como sou, partir primeiro de tratar de mim, de me cuidar e respeitar. De criar princípios que me guiem e criar os meus gostos definidos, de quebrar a rotina e toda a preguiça. De interagir mais com as pessoas, procurar a solidariedade e demonstrar os afectos e sentimentos. Não deixar de fazer alguma coisa, para depois ficar lamentado pelos cantos que aquilo ficou por dizer ou por fazer. Procurar-me primeiro por dentro e depois tratar de tudo o que me é exterior e de dar atenção a todos os que rodeiam o meu mundo. Deixa esta maldita rotina que me consome e sufoca constantemente. Procurar ser completa, com as qualidade, defeitos, meu feitio e interagir com todos os outros, dar exactamente aquilo que procuro em receber também.
Tudo isto que veio, e se misturou numa autêntica confusão cá dentro, precisa de ser mudado, e por isso preciso de tomar uma atitude e mudar. Na medida do possível procurar mudar para que possa me sentir melhor entre os outros e comigo mesma, para que possa me conhecer, para que me possam conhecer e para que o mundo não me conheça apenas como aquela rapariga que passou, que deixou alguma coisa, mas não marcou muito...

Preciso disso, essencialmente. E preciso de me sentir amada e de amada. Preciso que cada vez que uma pessoa surge no meu pensamento, surge nos meus desejos, nos meus sonhos, haja uma aproximação e se arrisque. Porque na vida o passado deve ficar para trás, o presente não deve permanecer guardado e deve ser vivido com a máxima intensidade e o futuro é uma incógnita com a qual não nos devemos preocupar, se tivermos os nosso sonhos definidos, a nossa determinação em seguir e sermos simplesmente nós mesmo, sermos aquele ser que foi criado e vai crescendo consoante a vida o vai ensinando... Das melhores e piores formas, mas acima de tudo de cabeça erguida com o olhar em frente junto com os outros. Pois a vida passa, as pessoas vão se cruzando connosco, quando mais uma página na nossa vida é preenchida, chega-se a um novo final da página, em que têm-se de virar a página e escrever mais uma página... Até que um dia o fim chegue. O sempre poderia existir, mas já não acredito que o nunca e o sempre existam. Por isso é seguir passo ante passo em frente, desfrutando de tudo o que a vida tem :)

Comentários

S disse…
E pronto, quase 4 anos depois aqui estamos porque arriscaste ;)

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