Não sei, mas já não sou aquela menina que adormeceu nos teus olhos mãe
Não sei, mas agora sinto-me vazia, sinto com mais intensidade um vácuo em mim.
Sinto-me confusa, entre o que desejo e me agrada e o que hipoteticamente deveria sentir e querer.
Sou demasiado egocêntrica, teimosa e anseio de mais para mim.
Eu amo e esqueço-me de exprimir isso, eu quero e esqueço-me de me levantar e dar passos em frente para alcançar.
Vivo isto, esta vida, que outra não poderei viver.
Mas vivo-a às vezes como se não a vive-se, sobrevivo.
Sei que todos os dias olho de novo a luz lá fora, é tudo igual, tudo dia após dia se mantém.
Tal como este vácuo, preciso daquilo que pouco transmito, daquilo com o qual não sei lidar, nem ninguém me forneceu um manual de instruções.
Sinto falta que alguém olhe para mim com um brilho no olhar e me diga aquilo que em pensamentos eu já disse quantas vezes em cada história que recriava na minha mente.
São anseios do coração, mas só a alma os vive. Vive tudo cá dentro, parada no nada. Apenas na memória fica, e no coração pequenas lascas que magoam.
Não sei quem serei e tenho medo.
Queria ser feliz, realizada, queria ser amada, mãe e uma boa amiga de confissões e eternas conversas. Queria contar historias e partilha-las em longas paginas produzidas, queria ser útil e trabalhar onde fosse reconhecida.
Queria apenas ser eu, companheira nesta vida em que a cada passo mais um pouco de nos se vai porque ficou por ai com alguém que pode ou não voltar, mas que fica cá dentro para todo o sempre.



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